Natural de Caicó-RN, nascido em 19 de março de 1942 José Mário de Medeiros. Ordenado sacerdote aos 8 de dezembro de 1970, regeu a Paróquia de Nossa Senhora dos Aflitos, de Jardim de Piranhas, no período de 1971 a 1982. Agraciado com o título de cônego, reside atualmente em Natal. Membro da Academia Norteriograndense de Letras, possui extensa e valiosa bibliografia
Capelão da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Assistente para os fiéis do Rito Maronita, Postulador para Causa dos
Santos da Arquidiocese de Natal
“Tem duas coisas no mundo que gosto mesmo, ser padre e ser professor.
Isso me faz feliz”, com essa frase o cônego José Mário de Medeiros resume suas
cinco décadas de ordenação sacerdotal, 28 anos de docência e 25 anos como
capelão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O padre vai celebrar
essas conquistas na missa em ação de graças, às 17h30 do dia 8 de dezembro, na
Igreja Matriz do Bom Jesus das Dores, no bairro da Ribeira.
O cônego José Mário faz parte da história da UFRN, visto que sua carreira na instituição teve início há 28 anos como docente no campus de Caicó, onde foi diretor e responsável pela criação do regimento da unidade acadêmica. “Sempre me orgulhei muito da nossa Universidade e fiz campanha para o Seridó ter ensino superior”, lembra.
Professor do Departamento de Letras, ministrou diversas disciplinas,
como Língua Latina; Língua e Literatura Grega; Língua e Literatura Francesa;
Teoria e Estética da Arte; Filologia Românica; Filosofia da Educação; e
Psicologia Geral. Há 25 anos é responsável pela Capela da UFRN, que hoje é um
templo ecumênico. “Não temos só católicos na Universidade. Então, é importante
que outras denominações pudessem se servir da capela que pertence à UFRN”.
Para o reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo, “nesses 28 anos na UFRN,
o cônego José Mário demonstrou muita dedicação à Universidade, tendo atuado na
área das Letras e estando à frente da Capelania da UFRN com uma postura
inclusiva ao contribuir para que o local se tornasse espaço para celebrações de
diversas denominações”.
Fazendo uma autoanálise da sua trajetória, o padre considera que seu
maior legado é ter contribuído positivamente na vida de ex-alunos ou fiés, por
considerar que o que vale na vida são as pessoas. Dessa forma, para o
sacerdote, devemos sempre nos questionar se “o nosso coração é povoado de
gente”.
Seridoense de Caicó, quando criança, José Mário de Medeiros pensava ser
soldado ou médico. Das suas primeiras lembranças da igreja, ele recorda que ia
à missa com a bisavó, mas a vocação para ser padre só começou a ser percebida
após o adoecimento de uma “tia-madrinha”. “Fomos à fazenda dela [tia] com um
padre, ela se confessou e recebeu os últimos sacramentos porque fazia seis
meses que nem bebia e nem comia. Quando o padre saiu do quarto dela, a gente
entrou e essa minha tia estava numa felicidade. Ela parecia que tinha tirado na
Mega-Sena. Eu pensei naquela hora que se um homem pode transformar alguém desse
jeito, quero ser esse homem”, relembra desse episódio como o dia que quis
seguir a vida religiosa.
Alguns anos depois, entrou no Seminário de Santo Cura D’ars, aos treze
anos de idade, junto com um amigo de infância, o monsenhor Lucas Batista Neto.
Os colegas nasceram em Caicó, moravam na mesma vizinhança, eram coroinhas na
Catedral de Sant’Ana e os pais são compadres. Dessa forma, o ingresso deles no
Seminário de Caicó ocorreu no mesmo dia, em 4 de fevereiro de 1956. Em seguida,
o cônego foi fazer o estudo Clássico em Natal, Filosofia em Olinda (PE), além
de Teologia e Arqueologia na Bélgica, ordenando-se no dia 8 de dezembro de
1970.
Para o monsenhor Lucas, “o padre Zé Mário operou aqui em Natal um grande
trabalho junto à Universidade, como capelão da UFRN por muitos anos, e também
como professor do seminário e de Línguas na Universidade. Ele é um grande
sacerdote conhecido em todo mundo. Que Deus continue dando a ele muitas graças
e bênçãos para ele permanecer vivo até o fim”.
CAPELA DA UFRN
A Capela Ecumênica do Campus foi projetada no início dos anos 1970 pelo
arquiteto natalense João Maurício Fernandes de Miranda. O prédio fica localizado
perto da Avenida Senador Salgado Filho (BR-101) e faz parte da Praça Cívica do
Campus. Com formato de pirâmide e baixa altura, a edificação acomoda cerca de
250 pessoas.
CAPELA DA UFRN – FOTO: CÍCERO OLIVEIRA